quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

NEBULOSA DE ETA CARINAE - NGC 3372

Trata-se de uma nebulosa bastante grande, cobrindo cerca de 3 graus do céu, a uma distância de 7.500 anos-luz da Terra e com um diâmetro de 460 anos-luz. Como pode ser observado na foto, existem muitos aglomerados de estrelas em sua vizinhança.
Em seu interior localiza-se uma estrela grande e massiva, denominada Eta Carina, que tem como característica marcante o fato de ter sua luminosidade variável. Em 1677 tinha uma magnitude de 4, mas em 1877 ejetou uma nuvem de poeira 500 vezes maior que o sistema solar, tornando-se mais brilhante. Na foto, essa ejeção pode ser visualizada como uma estrutura tridimensional em formato de alteres, o denominado homúnculo.  Depois disso (entre 1900 e 1940), a magnitude era de apenas  8. Em 2002, tinha magnitude 5, tendo  repentinamente  dobrado o seu brilho entre 1998 e 1999. É considerada a estrela mais brilhante conhecida na galáxia, irradiando uma energia  5 milhões de vezes maior que a do sol. É certo que vai explodir como uma supernova a qualquer momento, no próximo milhão de anos.

Dados:

RA: 10h 45m 03.6s
DEC: -59° 41' 04"
Magnitude aparente: 6.21
Constelação: Carina



Imagem obtida no dia 24/11/2012 à 1:58 em Belo Horizonte
Telescópio SkyWatcher 8" Newtonian F/5
Montagem EQ5 PRO
Câmera Canon EOS Rebel T3i
120s de exposição processada em Photoshop CS3 para ajustes e remoção de intensa poluição luminosa




NEBULOSA DE ORION - M42

Trata-se de uma nebulosa difusa situada na constelação de Orion, a 1340 anos-luz da Terra. É a nebulosa mais brilhante do céu, visível a olho nu. Em seu interior existe um aglomerado aberto bastante jovem constituído por 4 estrelas, o Trapézio. É um local de intensa formação de estrelas. À esquerda na foto, a nebulosa Running Man (NGC 1977).


RA: 05h 35m 17.3s
DEC: -05° 23' 28"
Magnitude aparente: 4.
Constelação: Orion
Raio: 12 anos-luz


Imagem obtida no dia 23/11/2012 às 23:12 em Belo Horizonte
Telescópio SkyWatcher 8" Newtonian F/5
Montagem EQ5 PRO
Câmera Canon EOS Rebel T3i
120s de exposição processada em Photoshop CS3 para ajustes e remoção de intensa poluição luminosa


AGLOMERADO 47 TUCANAE - (NGC 104)

É um aglomerado globular localizado na constelação de Tucana, a cerca de 16.700 anos-luz da Terra. Possui  120 anos-luz de diâmetro. Pode ser visto a olho nu. Estima-se que tenha aproximadamente 10 bilhões de anos. Caracteriza-se por um núcleo compacto e forma arredondada, ocupando no céu aproximadamente o diâmetro de uma lua cheia.

Dados:

RA: 00h 24m 05.67s
DEC: -72° 04'52.6"
Magnitude aparente: 4.91
Constelação: Tucana
Raio: 60 anos-luz



Imagem obtida no dia 24/11/2012 às 2:17 em Belo Horizonte
Telescópio SkyWatcher 8" Newtonian F/5
Montagem EQ5 PRO
Câmera Canon EOS Rebel T3i
120s de exposição processada em Photoshop CS3 para ajustes e remoção de intensa poluição luminosa

NEBULOSA TARÂNTULA - NGC 2070

É uma nebulosa difusa, distante 160.000 anos-luz da Terra. No seu interior reside um aglomerado de estrelas de aproximadamente 35 anos-luz de diâmetro que produz a maior parte da energia que torna a nebulosa visível. Próxima a ela, explodiu a mais próxima supernova observada desde a invenção do telescópio, em 1987 (supernova 1987A).  Localiza-se próxima ao polo sul celeste, na Grande Nuvem de Magalhães.

Dados:
RA: 05h 38m 38s
DEC: -69° 05.7
Magnitude aparente: 8
Constelação: Dorado
Magnitude absoluta: - 11,7
Raio: 300 anos-luz




Imagem obtida no dia 24/11/2012 à 1:30 em Belo Horizonte
Telescópio SkyWatcher 8" Newtonian F/5
Montagem EQ5 PRO
Câmera Canon EOS Rebel T3i
120s de exposição processada em Photoshop CS3 para ajustes e remoção de intensa poluição luminosa



sábado, 12 de novembro de 2011

Inteligência artificial ajuda a encontrar fósseis

Encontrar fósseis é atividade que envolve sorte e paciência. A famosa Lucy, por exemplo, um esqueleto de Australopitecus afarensis,   foi encontrada por acaso quando o paleoantropologista Donald Johanson teve que fazer um retorno com seu Land Rover na Etiópia, em 1974. Tradicionalmente, entretanto, encontrar um fóssil exige que se consulte a literatura para saber onde outros encontraram exemplares, consultar mapas e cartas geológicas em busca de rochas de uma era em particular e finalmente procurar fósseis in loco no sitio.
O paleontologista Bob Anemome da Western Michigan University criou uma Rede Neural Artificial que auxilia  na identificação de sítios com potencial para ocorrência de fósseis.  Redes Neurais Artificiais conseguem, por meio de treinamento, assimilar padrões identificados em bases de dados conhecidas, podendo a posteriori fazer previsões em outras bases de dados.  Para treinar redes neurais na identificação de fósseis, Anemome utilizou imagens de satélite do Great Divide Basin e marcou pixels em seis faixas de comprimentos de onda, incluindo infravermelho, para diferentes tipos de terreno. Ele definiu também, se o pixel em questão corresponde ou não a um sítio onde existem fósseis. Dessa forma ele criou conjuntos de treinamento onde fornecia à rede diversas categorias de pixels, com os atributos fóssil e não fóssil, ou seja, a entrada da rede constituída por  variáveis associadas a um pixel (tipo de terreno, comprimento de onda, área, dentre outras) e a saída  o identificando como fóssil e não fóssil.  
Quando submeteu outras imagens à rede treinada, o modelo identificou corretamente 79% dos pixels com potencial para encontrar fósseis e desses, 99% realmente continham fósseis, um resultado excepcional.
Resultados como esse mostram como Redes Neurais Artificiais, que modelam o comportamento de aprendizagem do cérebro humano, podem ser aplicadas eficientemente às mais diversas áreas do conhecimento humano.

Nature News, 08/11/2011


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Gravidade Testada em Grande Escala Confirma Relatividade Geral de Einstein

Os cientistas  Henry Cavendish (britânico) e Rosland von Eotvos (húngaro) testaram a teoria geral da relatividade de Einstein em escala cósmica, medindo o desvio para vermelho (redshift) da luz proveniente de galáxias localizadas em aglomerados, causado pela gravidade desses conglomerados e não pela expansão do universo.  A teoria geral da relatividade de Einstein prevê que o comprimento de onda da luz aumenta pela influência da gravidade, fazendo com que ocorra o desvio para o vermelho acima mencionado. Eles viram que a luz das galáxias situadas no interior dos aglomerados levava mais tempo para se libertar do campo gravitacional do  que o luz das galáxias situadas na periferia. Conhecendo-se a massa de cada aglomerado, a teoria da relatividade geral foi usada para avaliar o redshift  gravitacional das galáxias segundo sua posição no aglomerado. O redshift varia proporcionalmente à influência gravitacional do conglomerado.  Segundo os cientistas, os resultados observados corresponderam aos calculados, comprovando a teoria. Esse resultado vem um momento em que cientistas do CERN divulgaram ter observado neutrinos viajando a velocidade ligeiramente superior à da luz, contradizendo um dos pilares da teoria da relatividade restrita de Einstein, que postula ser a velocidade da luz a maior possível de ser atingida.

Referência: Revista Nature,  setembro de 2011.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Implementação dos processos Validação e Verificação do MPS-Br

Nesse artigo apresentaremos as principais diretrizes para implementação de resultados dos processos Validação e Verificação do MPS-Br, conforme a parte 4 do guia oficial de implementação do SOFTEX.

O Processo Validação


"O propósito do processo Validação é confirmar que um produto ou componente do produto atenderá a seu uso pretendido quando colocado no ambiente para o qual foi desenvolvido"

VAL1 - Produtos de trabalho a serem validados são identificados


Esta identificação pode ocorrer nos estágios iniciais do projeto, com base nos artefatos que serão produzidos pelo processo.Uma boa prática é definir critérios para seleção dos produtos ou componentes de produto que serão validados e selecioná-los segundo estes critérios.Pode-se, por exemplo, selecionar os produtos mais relevantes com base nas necessidades do cliente ou levando-se em consideração os riscos associados aos produtos.É possível, também, definir, em nível organizacional, uma lista de produtos ou componentes de produto que normalmente são validados, de forma que os projetos só precisem adaptar essa lista às suas necessidades. 

VAL2 - Uma estratégia de validação é desenvolvida e implementada, estabelecendo cronograma, participantes envolvidos, métodos para validação e qualquer material a ser utilizado na validação  


Alguns métodos de validação requerem um planejamento específico que deve ser realizado, por exemplo, o planejamento dos casos de testes. Deve ser definido ainda um cronograma para as atividades de validação e os recursos necessários à execução das atividades devem ser planejados. Este cronograma e a alocação dos recursos, tanto humanos quanto outros recursos em geral, devem estar integrados ao Plano do Projeto. Prototipação é um dos métodos para a validação de requisitos. 

VAL3 - Critérios e procedimentos para validação dos produtos de trabalho a serem validados são identificados e um ambiente para validação é estabelecido

Devem ser definidos os critérios para a validação de cada produto ou componente do produto. Para ajudar a determinar se um critério foi ou não atendido, algumas métricas podem ser definidas.Alguns exemplos de critérios para validação dos requisitos são: adequação funcional e usabilidade. Para validação de um software alguns critérios de validação poderiam ser: tempo de resposta, tolerância a falhas, recuperabilidade, uso de memória, confiabilidade e portabilidade.

VAL4 - Atividades de validação são executadas para garantir que o produto esteja pronto para uso no ambiente operacional pretendido

Uma das principais formas de se realizar a validação é executando testes. A realização dos testes ao longo de todo o processo de desenvolvimento do software é possível por meio da execução de quatro etapas distintas:
  • Planejamento 
  • Projeto de casos de teste 
  • Execução 
  • Avaliação dos resultados 
VAL5 - Problemas são identificados e registrados


Este resultado esperado visa garantir que os problemas identificados durante a execução das atividades de validação foram documentados e que foram definidos quais problemas serão tratados. Estes problemas devem ser acompanhados até sua conclusão. A organização pode definir critérios que facilitem essa análise considerando os riscos para o projeto e o impacto na qualidade do produto.  




VAL6 - Resultados de atividades de validação são analisados e disponibilizados para as partes interessadas

Envolve realizar uma análise dos resultados obtidos em decorrência da execução das atividades relacionadas a validação e disponibilizar estes resultados para o cliente, ou seu representante na execução das atividades, e outras partes interessadas. Alcance deste resultado é obtido por meio da análise de laudos de avaliação e relatórios de testes que contenham informações sobre os resultados obtidos após a realização das atividades de validação. A avaliação destes resultados permite responder questões como:  

  • Os critérios definidos foram satisfeitos?  
  • As ações corretivas planejadas foram concluídas?  
  • A validação foi executada conforme planejado?  
  • Os resultados obtidos permitem a aprovação do artefato validado?  
  • O produto final está pronto para o uso pretendido? 
VAL7 - Evidências de que os produtos de software desenvolvidos estão prontos para o uso pretendido são fornecidas 

Quando as atividades de teste são realizadas e há evidências que o produto satisfaz os requisitos e as expectativas do cliente, o produto pode ser considerado validado. Para isso o produto deve ser testado em seu ambiente real de uso ou em uma reprodução deste ambiente.  É necessário registrar os resultados da validação, evidenciando que o produto está pronto para o uso.  Uma das formas de garantir que o produto está pronto para ser usado é realizar uma reunião com os clientes e/ou usuários finais onde sejam apresentados os resultados da validação, a correção dos problemas detectados e se obtenha o aceite de que o produto está pronto para o uso.  

O Processo Verificação

"O propósito do processo Verificação é confirmar que cada serviço e/ou produto de trabalho do processo ou do projeto atende apropriadamente os requisitos especificados"

VER1 - Produtos de trabalho a serem verificados são identificados

Para atender a este resultado esperado deve-se analisar os produtos de trabalho que serão produzidos ao longo do projeto e selecionar aqueles a serem verificados. Uma boa estratégia para seleção de produtos de trabalho leva em consideração as contribuições para o alcance dos objetivos e requisitos do projeto, considerando também os riscos do projeto. Alguns possíveis produtos de trabalho selecionados para a verificação, por sua importância, podem ser o plano do projeto, o documento de requisitos, o documento de análise, o documento de projeto e o código-fonte. 

VER2 - Uma estratégia de verificação é desenvolvida e implementada, estabelecendo cronograma, revisores envolvidos, métodos para verificação e qualquer material a ser utilizado na verificação

O alcance deste resultado esperado envolve definir uma estratégia de verificação descrevendo os procedimentos, a infra-estrutura necessária e as responsabilidades pelas atividades de verificação. Os métodos que serão usados para verificação de cada produto de trabalho selecionado para verificação devem ser identificados, garantindo, em cada projeto, a realização de algum tipo de revisão por pares e testes.  As ferramentas que apoiarão a execução das atividades de verificação também devem ser definidas.  Exemplo de métodos: walkthroug (revisões estruturadas), testes em seus diversos níveis (unidades, integração, sistema...etc) 

VER3 - Critérios e procedimentos para verificação dos produtos de trabalho a serem verificados são identificados e um ambiente para verificação é estabelecido

O alcance deste resultado esperado implica na definição dos critérios e procedimentos que serão utilizados para a verificação de cada produto de trabalho e na preparação do ambiente para verificação, disponibilizando ferramentas, recursos de hardware, infra-estrutura de rede e outros recursos necessários à execução das atividades planejadas. Para ajudar a determinar se um critério foi ou não atendido, questões (checklist) e/ou métricas para cada critério podem ser definidas. Abaixo, apresentam-se sugestões de critérios para avaliação de requisitos.



VER4 - Atividades de verificação, incluindo testes e revisões por pares, são executadas

Este resultado esperado visa garantir que as atividades de verificação são executadas conforme planejado, o que inclui, obrigatoriamente, a realização de revisão por pares e testes.

VER5 - Defeitos são identificados e registrados

Este resultado esperado visa garantir que os defeitos identificados durante a execução da verificação são documentados e registrados.  Para registro dos defeitos identificados pode-se usar uma classificação de defeitos, por exemplo, por severidade (crítico, sério, moderado) ou por origem (requisitos, projeto (design), código, testes). Após a eliminação dos defeitos, deve-se julgar a necessidade de executar nova verificação para garantir que os defeitos foram removidos adequadamente e que novos defeitos não foram introduzidos no produto ou componente do produto. 

VER6 - Resultados de atividades de verificação são analisados e disponibilizados para as partes interessadas

Uma forma de alcance destes resultados é pela análise de laudos de avaliação e relatórios de testes que contenham informações sobre os resultados obtidos após a realização das atividades de verificação. Exemplos de perguntas que podem ser respondidas com esta avaliação incluem:  

  • Os critérios definidos foram satisfeitos?  
  • As ações corretivas planejadas foram concluídas?  
  • A verificação foi executada conforme planejado?  
  • Os resultados obtidos permitem a aprovação do artefato verificado? 
Referência

SOFTEX-Guia de Implementação – Parte 4: Fundamentação para Implementação do Nível D do MR-MPS, agosto de 2009.